Nos Campos de São João é uma narrativa envolvente em que o autor nos conta as origens e o desenvolvimento de sua cidade, São João da Boa Vista. Aquela que já foi Campo Triste e encantou-se de alegria com a música de João Menino. “Nas Terras onde está São João da Boa Vista, o tempo passa e as coisas alegres e tristes acontecem.
Tudo passa, tudo muda. Só não muda um misterioso personagem, que de longe observa. Ele viu para lá se refugiarem os índios Caipós quando tudo era floresta.
Também viu a primeira moradora, Ana Maria, enlouquecer naquela época de mistérios e medo.
Quando não havia estradas e caminhos, via o barqueiro que guardava segredos, subir e descer o Rio Jaguari milhares de vezes, levando gente e coisas.
E viu também surgirem as primeiras casas.
Estava lá quando o padre João Ramalho apareceu trazendo o progresso mas também a guerra.
O misterioso personagem intrigou José Valeriano, o Padre que casou e teve muitos filhos. Enfrentou o poderoso Coronel Joaquim José, na mais estranha caçada de que se tem notícia.
E quando D. Pedro II chegou trazendo a ferrovia, lá estava ele, observando a grande festa preparada pelo povo.
Testemunhou escravos que lutavam. Viu guerreiros e também covardes, homens violentos e outros santos. Viu lutas, sofrimentos e alegrias.
Viu um cigano que dizia saber do futuro e uma menina que se encantava com o cigano.
Viu quando os imigrantes chegaram e com eles a música e as festas aos campos que antes eram tristes.
E no último dia do século, viu um alvorecer lindo, inesquecível, com uma sinfonia que vinha da montanha mas parecia vinda do céu: a doce música da montanha, tragicamente interrompida.” |